O que é Risco?
Independente se você já investe ou vai começar a investir agora, é importante entender mais sobre uma palavra que muitos temem, o Risco.
Na verdade, essa palavra muitas vezes faz com que o futuro investidor postergue seu planejamento financeiro ou até desista.
Ela não machuca, o problema é a interpretação que o investidor dá à ela.
Vamos falar, então, sobre o RISCO.
Essa é uma questão que surge logo quando há interesse em começar a investir ou até mesmo quando o investidor procura novas possibilidades de investimento.
Normalmente, associamos a palavra risco somente a resultados desfavoráveis.
Por exemplo, posso imaginar qual seria o risco de andar com a minha bicicleta sem capacete, em uma avenida extremamente movimentada por carros e ônibus, na hora do rush? Quais as possíveis consequências disso?
Em comparação, qual seria o risco em andar com a mesma bicicleta, usando equipamentos de proteção, em um domingo de sol, em uma rua fechada para lazer? Quais as possíveis consequências disso?
Com esse pequeno exemplo, quero mostrar que o risco não está associado somente à atividade. O risco tem relação direta com o modo que realizamos uma atividade.
Risco não é estático, ele muda conforme o modo que nos expomos à atividade e conforme as condições mudam.
Para abordar melhor esse conceito, vamos dividir o risco em:
– negativo;
– positivo;
– diversificável;
– não-diversificável
– de crédito;
– de liquidez;
– de gestão.
Vamos começar?
Risco negativo
Risco negativo talvez seja o mais fácil de entender. É aquele medo que sentimos quando saímos da inércia, quando saímos da zona de conforto para fazer algo novo. Risco negativo, é a probabilidade dos meus planos darem errado.
Quando falamos de investimentos, risco negativo é a probabilidade de não obter o resultado esperado, ou a rentabilidade esperada. Seja perder dinheiro ou ter um rendimento inferior ao esperado.
Imagina que você realizou uma aplicação em um fundo de investimento esperando o retorno de um por cento ao mês, em determinado mês, a rentabilidade foi de meio por cento, ou até mesmo negativa. Pronto, basta isso para você ficar chateado e perder a vontade de fazer mais aplicações.
Risco positivo
Por outro lado, é importante entender que no momento em que nos expomos à riscos negativos, também estaremos expostos à riscos positivos. Em finanças, risco positivo também é a probabilidade de não obter o resultado esperado. Só que dessa vez, obter resultados superiores ao esperado.
Aplicando seu dinheiro naquele mesmo fundo de investimento, esperando a rentabilidade de um por cento ao mês e em determinado momento, a rentabilidade fica em dois por cento. Agora, você fica bem, feliz e cheio de vontade de fazer novas aplicações.
Um fato muito interessante, é que esses riscos andam juntos, mas não na mesma proporção.
Mas, como assim?
Existe um campo de estudo chamado Economia Comportamental, que basicamente, estuda como nós tomamos uma decisão e como somos afetados quando essa decisão, no futuro, não sai da maneira como gostaríamos.
Falaremos muito sobre esse tema em outros momentos, agora, quero apenas mostrar essa relação do risco, segundo a economia comportamental.
Uma das teorias estudadas se chama Teoria da Perspectiva e, ela aborda essa relação entre ganho e perda, em outras palavras, a relação entre os riscos positivos e negativos.
A aversão à perda é um fato, ninguém gosta de perder, seja perder dinheiro, perder um jogo ou perder alguém. O “x” da questão é que as perdas geram muito mais tristezas do que ganhos geram alegrias.
Vamos exemplificar com investimentos!
Imagina que você fez uma aplicação naquele mesmo fundo de investimento esperando um retorno de um por cento ao mês. Em determinado mês, o fundo rendeu menos um por cento e você fica frustrado, chateado e cogita a possibilidade de se desfazer dessa aplicação. É a aversão à perdas falando muito alto.
Imagina, agora, o contrário. Em determinado mês, o fundo rendeu dois por cento, um belo rendimento. Você esperava um por cento e dois por cento naquele mês te faz ficar feliz, talvez não tão feliz a chegar ao ponto de cogitar a estudar mais, se apaixonar pelo mercado financeiro e fazer novas aplicações.
Isso tudo está relacionado ao modo que nossa mente funciona.
Então, resumindo as linhas anteriores, uma perda de dez por cento gera muito mais insatisfação do que um ganho de dez por cento geraria de satisfação!!
Isso é uma abordagem geral, cada investidor deve saber como gerenciar o risco.
Risco diversificável
Já aqui entra um conceito muito importante no mercado financeiro, na verdade eu o considero como um axioma ( axiomas são verdades inquestionáveis e para aceitá-la não é necessária ser posta a prova, você simplesmente aceita). Estou me referindo a uma frase bastante conhecida, “Não ponha todos os seus ovos em apenas um cesto”.
E, por que não?
Quando decidimos colocar todos os ovos em um mesmo cesto, ou, quando decidimos aplicar todos os nossos recursos em apenas um lugar, de fato, fica mais fácil de “cuidar”. Porém, ao fazer isso, pagamos um preço muito elevado, perdemos a oportunidade de fazer nosso patrimônio crescer, impedindo-o de prosperar mais ao longo do tempo.
Além disso, o que aconteceria se colocássemos todos os nosso ovos em apenas um cesto e por um momento, por algum motivo, o cesto fosse ao chão?
Muitos ovos quebrariam, ou todos!
O risco diversificável, é aquele que pode ser mitigado de tal maneira que ficaríamos tranquilos, se algum investimento não estiver dando certo, isso não afetaria nossa carteira de investimentos como um todo.
Imagina se você, investidor, escolher aplicar todo seu patrimônio em um CDB de um banco. Digamos, R$100.000,00 (cem mil reais). Um tempo depois, por problemas de gestão do banco, ele decreta falência. O que aconteceria com sua grana?? Muito provavelmente viraria ZERO, ou pelo menos, até as devidas garantias e proteções ao investidor serem acionadas.
Pior, e se você estivesse contando com o rendimento dessa aplicação para pagar alguma conta, ou se fosse usar esse valor para adquirir um bem? Os planos seriam adiados, fato!
Controlando o Risco
Agora, se você, investidor, dividisse esses R$100.000,00 pela metade e aplicasse R$50.000,00 no CDB do banco citado e mais R$50.000,00 em um fundo de outro banco. Aquele banco decreta falência, seus R$50.000,00 ainda estariam perdidos até as devidas garantias serem acionadas, porém, você ainda teria os outros R$50.000,00 rendendo ao seu favor!
O raciocínio é o mesmo para o mercado de ações. Aplicando todo o seu capital em apenas uma empresa ou setor, você fica extremamente dependente de que aquele setor ou empresa continue crescendo e gerando frutos, até o dia que esse crescimento perder força, suas ações começarem a cair e seu patrimônio diminuir.
Com toda certeza, apesar do momento econômico estar abalado, temos pelo menos, mais de uma empresa de setores diferentes gerando bons frutos. Por que então, concentrar seu patrimônio em apenas um lugar?
Com uma boa gestão de seus investimentos, o risco diversificável pode tender a zero. Isso que dizer que a probabilidade de seus investimentos como um todo serem abalados porque uma ou duas aplicações não estão gerando bons frutos, é quase zero. Repito, QUASE ZERO, não há risco zero em nada na vida.
Então, se eu posso diversificar meus investimentos, de maneira que o risco seja quase zero, meu patrimônio ficaria exposto?
É o que veremos agora.
Risco não-diversificável
Você pode ser o melhor investidor, tem um belo patrimônio, ter bons rendimentos todo mês e ainda assim, você estaria exposto ao risco-não diversificável.
Esse risco está ligado a nossa economia, não tem relação direta à qualidade de uma empresa e sua capacidade de gerar lucro, também não tem relação direta quanto à segurança de um fundo de investimento ou um banco.
Por exemplo, se o governo elevar as taxas de juros, ficará mais caro para algumas empresas tomarem dinheiro emprestado e, aluguéis seriam reajustados para cima. Assim, gerando mais custo para as empresas.
Se o dólar começa a se valorizar mais, porque uma crise mundial estiver acontecendo, ficará mais caro importar produtos.
Se a confiança no país diminui, as pessoas irão diminuir o consumo, irão procurar outras alternativas de investimento no exterior.
Se o país quebrar, não haverá diferença entre as sua aplicações financeiras, o impacto seria devastador.
Esse risco, pode ser considerado raro, mas não podemos falar que não existe.
Por exemplo, existem maneiras de nos protegermos contra o nosso governo, investindo em moeda estrangeira e forte, ou ouro. Ou ainda, abrindo uma conta em algum outro país.
Risco diversificável x não-diversificável
Resumindo, quanto maior o número de tipos de investimento, quanto mais diversificado for a sua carteira de investimentos, menos risco você estará correndo.
Um detalhe deve ser observado. A diversificação deve ser feita com inteligência, uma carteira extremamente diversificada pode camuflar investimentos que não estejam gerando bons resultados.
Como?
O lucro dos bons investimentos podem compensar o prejuízo dos investimentos ruins.
O valor do seu patrimônio também é essencial para fazer essa gestão de maneira adequada. Pode não ser a melhor escolha, diversificar seu patrimônio, se ele for pequeno.
Como fazer, então, seu eu começarei com pouco capital?
Pode ser melhor ir diversificando conforme for realizando suas aplicações, ir aos poucos. Comprar algumas ações hoje, aplicar em um fundo na próxima vez, comprar mais ações depois, e assim vai!
Risco de crédito
O risco de crédito é um nome charmoso, talvez, para o famoso calote!
Por exemplo, uma aplicação de renda fixa ( CDB, LCA, LCI, etc.) feita em um banco que não tem uma boa saúde financeira, tem muito risco de crédito. Se o banco falir, certamente não irá honrar com seus compromissos de pagar aos investidores.
Nesse caso, você dependerá das garantias que protegem o investidor, como o FGC ( Fundo Garantidor de Crédito ). Falaremos do FGC em uma outra oportunidade.
Como então minimizar a chance de tomar um calote?
Você não empresta dinheiro para qualquer um, correto? Por que, então, investiria seu precioso dinheiro em qualquer fundo de investimento, banco, ou qualquer outro investimento que promete altos retornos e que você não teria controle sobre sua grana?
É preciso saber como anda a saúde financeira das instituições, é preciso saber como essas fazem a gestão de seus negócios. Alguns investimentos contam com uma nota de crédito dado por empresas de análise independentes, outra maneira de minimizar a chance do calote é a diversificação.
Risco de liquidez
Liquidez é um termo utilizado para se referir à facilidade de transformar um investimento em dinheiro. Em um investimento que possua boa liquidez, é fácil vendê-lo para outro investidor e também mais fácil comprá-lo.
Agora, se você tiver um investimento que possua pouca liquidez, fica mais difícil vender para outra pessoa ou comprar de outro investidor. Então, nesse caso, se quiser muito vender o seu investimento, terá que vender a um preço abaixo do que ele vale, podendo ter prejuízo.
Todos os bancos, fundos de investimento, financeiras, corretoras e etc. fazem parte do mercado financeiro. Pois, de fato, é um mercado onde alguns querem comprar e outros querem vender, seja uma ação, um CDB, uma LCA e assim vai.
Ações de grandes empresas, sendo negociado em bolsa de valores, são investimentos líquidos e com alguns cliques no seu home broker você compra ou vende essas ações.
Investimentos em renda fixa, como CDB, podem ter liquidez reduzida. Esses investimentos, possuem uma carência e uma validade, isso quer dizer que é difícil resgatar o valor aplicado sem que haja prejuízo. Para ter a rentabilidade esperada, é necessário esperar o vencimento.
Outros CDB’s podem ter liquidez diária e, dessa maneira, o investidor pode resgatar o valor aplicado. Contando, com um rendimento proporcional ao tempo investido.
Agora, imagina se os compradores param de comprar ou vendedores param de vender seus investimentos!!! O mercado ficaria sem liquidez, não seria possível transformar seu investimento em dinheiro novamente.
Não precisamos ir tão longe para citar a falta de liquidez. Pois, esse risco pode fazer parte de uma carteira de investimentos que possua muitos ou todas as aplicações destinadas a aplicações de baixa liquidez.
Como minimizar esse risco??
Adequar seus investimentos ao prazo que deseja e, ir diluindo os de baixa liquidez em diferentes datas de vencimento. E, então, alocar parte do capital para longo prazo em aplicações que possuam vencimento.
Jamais aplicar o dinheiro que seria usado a curto prazo em investimentos que possuam validade longa.
Risco de gestão
Esse tipo de risco está atrelado a capacidade da equipe que gere um negócio. Pode ser um fundo de investimento ou uma empresa.
Com uma gestão falha, tanto em sua capacidade ou modo de operação, não há mercado favorável que ajude. Decisões ruins, excesso de burocracia e até incompetência são fatores agravantes que impedem a geração de bons frutos.
No nosso caso, investidores pequenos, é essencial estudarmos e termos autoconhecimento!
No texto de hoje, abordamos alguns tipos de risco que existem no mercado financeiro.
Falamos que o risco pode ser tanto negativo quanto positivo.
De forma geral, o problema não é o risco e sim o que você entende sobre ele.
Assumir riscos é importante, cada investidor deve saber sua tolerância a ele.
Quando for assumir grande riscos, esteja preparado para grandes perdas e grandes ganhos!
Não evite o risco, converse com ele, questione o seu entendimento de risco.
Até a próxima! Bons investimentos!!!!
Juntos pela sua liberdade financeira.
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[…] como tudo na vida, investir demanda conhecimento e podem envolver riscos sim, mas que podem ser contornados e controlados dependendo do caminho que você escolhe […]
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