Sobra mais salário no mês ou sobra mais mês no salário?
Por que seu bolso vive sempre no vermelho? Essa pergunta já passou pela sua cabeça alguma vez? Você achou difícil de responde-la? Listei 4 motivos que fazem seu bolso estar no vermelho, confira como sair dessas armadilhas.
Quando o assunto envolve finanças, gastos e dívidas, cada pessoa esboça uma reação diferente. Existem aqueles que sorriem e falam que está tudo bem. Outros começam a suar frio, apresentam dores de barriga e mudam logo o assunto. Para a maioria dos brasileiros, esse é um assunto delicado.
Segundo uma matéria divulgada pela Serasa Experian, no dia 16/01/2018 (fonte ao final do texto), o Brasil fechou o ano de 2017 com 60,4 milhões de inadimplentes. Pasmem, esse número estava maior no mês anterior. Novembro registrava 61,1 milhões de negativados. O motivo do melhor resultado nos números deve-se ao ingresso do 13º salário na economia.
Para uma população de 207,7 milhões de pessoas (pesquisa do IBGE), significa que a cada 4 pessoas, uma está com o nome sujo. Número alarmante. Após analisar os resultados, listei abaixo alguns itens que mais impactam seu bolso e que gostaria de conversar com você.
- Cartão de crédito
- Setor de utilities (contas de água, luz e gás)
- Setor de telefonia
- Padrão de vida
Cartão de Crédito: O vilão número #1 do seu bolso
Continuando na matéria da Serasa, o montante alcançado pelas dívidas em dezembro de 2017 foi de R$ 265,8 bilhões, com média de quatro dívidas por CPF, totalizando R$ 4.402,00 por pessoa. O cartão de crédito representa 29% dessa dívida bilionária. Por isso não podia deixar de mencioná-lo.
Mesmo com a queda histórica da taxa de juros básica (taxa Selic), os juros do cartão de crédito continuam altos. Observe na tabela abaixo os juros do cartão de crédito rotativo nas clássicas instituições bancárias.
Observando as taxas acima, perceba como o mau uso do cartão de crédito pode impactar sua vida e transformar suas contas numa bola de neve. Não pagar a fatura em dia faz a dívida mais que dobrar em apenas um ano. Possuir um bom controle financeiro é uma ótima ferramenta para lidar com qualquer forma de crédito.
Setor de Utilities e Telefonia
No segundo lugar das dívidas está o setor de Utilities (contas de água, luz ou gás) com 19,5% da dívida bilionária, seguido do setor de telefonia representando 11,6% do montante. Uma fatia muito grande da dívida, que juntas representam um pouco mais que o cartão de crédito sozinho.
O setor de Utilities junto com Telefonia pouco ultrapassa o cartão de crédito sozinho.
A realidade é que viver não está nada barato e constantemente o aumento das taxas ou as mudanças de bandeiras tarifárias pesam no seu bolso.
Mesmo com a inflação controlada, alguns setores tiveram um alto reajuste e repassaram a conta para os consumidores. Segundo uma notícia divulgada no site uol em 20/12/2017, a conta de luz vai ficar mais cara ainda em 2018 (fonte ao final do texto). Se já estava ruim antes, imaginem se cobrarem mais caro.
No terceiro lugar, o setor de Telefonia com seus 11,6% do montante da dívida, pesou no bolso dos brasileiros. Esse setor já havia passado por um aumento no início de 2017 (fonte ao final do texto) e contribuiu para um aumento de 0,6% da dívida em relação ao mesmo período no ano anterior, de acordo com o Serasa Experian.
A conta está ficando mais cara em setores em que as pessoas estão cada vez mais dependentes.
Se o setor de Utilities já estava com 19,5% no final de 2017, com esses aumentos, quanto você acha que vai chegar ao final de 2018?
É importante ter seus investimentos rendendo para compensar as correções econômicas para o seu bolso não ficar no vermelho nesse tipo de situação.
Seu padrão de vida influencia seus gastos
Um item muito levado em conta para a maioria dos brasileiros, por questões sociais mas com consequências negativas, é o padrão de vida. Sim, seu padrão de vida pode aumentar ou reduzir suas dívidas!
Gastar além do que sua renda pode te proporcionar é uma tremenda armadilha. Aumento de gastos, adquirir produtos ou serviços desnecessários guiados muitas vezes pelo emocional e viver de aparência são alguns exemplos de armadilhas.
Parece que estabelecer um estilo de vida que seja de acordo com o salário não é importante. Cada vez mais créditos são liberados e mais pessoas endividadas. Pensar no futuro e fazer um planejamento para aposentadoria, parece não fazer sentido pela sensação de estar muito longe para se preocupar. O importante é o que está acontecendo agora.
O pior é que as reservas financeiras futuras estão sendo destruídas pelo uso do crédito imediato
Gastar sem ter controle e viver no vermelho não prejudica somente seu bolso. Problemas financeiros e administração das contas são os principais motivos para brigas entre o casal (fonte ao final do texto). Se já estava ruim controlar as finanças, imagine agora com o casal em briga: Problema em dobro!!
Possuir um bom controle e um estilo de vida de acordo com a sua renda, não significa parar de viver. Viagens e aquisição de bens continuam sendo possíveis, só que agora de forma mais sustentável.
Nesses casos, uma boa conversa em família para deixar as metas bem esclarecidas é primordial. Com metas bem definidas e um plano traçado, já é metade do caminho andado, basta colocar em prática. Acredito que após todas essas definições, você sairá ganhando. Uma boa conversa e saber separar os gastos familiares de acordo com um plano financeiro é extremamente necessário.
Conclusão
Não importa o quanto você ganha, sempre será possível gastar mais até chegar a falência. Acha difícil? Muitos famosos que tinham tudo, hoje perderam suas fortunas (fonte ao final do texto). As grandes instituições financeiras não se importam se a sua saúde financeira está boa. Para elas, quanto mais você estiver endividado e pagando os juros, melhor.
Parece fácil, gaste menos e poupe mais. Mas, como vimos na pesquisa citada acima, não é tão fácil assim para grande parte da população brasileira.
Acredito que a grande transformação está na educação financeira. Saber gastar e aproveitar as oportunidades de barganha ao seu favor, são essenciais. Ter um bom controle financeiro, monitorar os gastos e criar metas para seus objetivos só trazem benefícios. Separei um artigo ao final do texto sobre meu testemunho onde cito como a Educação Financeira me ajudou.
A economia brasileira é movida pelo crédito, mas não quer dizer que você terá que colocar seu pescoço na forca para viver bem.
Aproveite os benefícios da Educação Financeira e evite as dívidas.
Obrigado pela leitura.
Ruan
Fontes citadas: